segunda-feira, setembro 07, 2009

a dois

isto de amar não é coisa pequena. somos outro quando estamos numa relação dita de amor. quando a vida estava ainda no ínicio numa fase que designamos adolescência, a ligeireza da relação de amor era sublime. o mundo estava contra nós e individualmente proporcionávamos ao outro uma fuga às cruezas desse mundo. procurávamos definir quem éramos passo-a-passo, por tentativa e erro, mas sem a necessidade imperiosa de que tudo corresse na perfeição, sem medo que o tempo estivesse contra nós. afinal, éramos donos da convicção simples de que tínhamos mais capacidades que todos os outros.
agora, amar é toda uma panóplia de sentimentos causadores de desgaste e emoções contrastantes. tudo serve para determinações e contraposições. se, por um lado, amamos o outro como ele nos parece aos nossos olhos, sabemos já que nem sempre o que parece é e pomos imediatamente um pé atrás e ficamos à espera, de soslaio, que a dúvida apareça, que a falha surja, que o defeito se revele. tudo isto, só para podermos dizer, em tom semi-vitorioso, semi-contristado, "eu sabia, é sempre assim", esquecendo as nossas próprias miniducências. se acreditamos que o outro tem algo novo para nos ensinar, também sabemos o quanto já dominamos e conhecemos as nossas capacidades, pelo que abdicar delas é abdicar de nós e isso é muito difícil. pesamos bem cada vantagem que a entrada do outro na nossa vida pode trazer e contrabalançamos com cada cedência e compromisso necessários para que o outro não se sinta desfalcado. e aqui há sempre espaço para o engano. quantas vezes fingimos que cedemos aqui e ali e depois descobrimos que afinal não somos capazes de cumprir e ao fim de algum tempo, estamos a fazer como sempre fizémos. e não é por mal, mas somos mesmo assim e o outro já devia saber, pois já namoramos há algum tempo e, além disso, ele também deu a entender que ia ser assim ou assado, mas afinal não foi.
e amar como nos romances? a entrega total ao outro? o não esperar retribuição? o mergulhar de cabeça no escuro e acreditar que tudo vai correr tão bem que poderás dizer "...e viveram felizes para sempre"? com sorte, sabemos nós agora, iremos ter momentos felizes de vez em quando, o resto é muito trabalho e dedicação de ambas as partes para manter a relação à tona, a funcionar, ainda que num nível básico e fazer por sentir que os aspectos positivos vão compensando os menos bons. dir-se-á que não é romântico e com razão. mas é assim mesmo e é sempre um pouco melhor que vivermos só para nós, pois o outro representa agora uma parte do mundo lá fora e nós prrecisamos de estar ligados a ele.

quarta-feira, agosto 05, 2009

love conquers all


ela tem frio. o fogo atravessa o ar e todos festejam. ele abraça-a e sorri. quando menos esperavam eles chegam em bando e trovam palavras de amor. a celebração é perfeita. sem que o mundo saiba, sem que ninguém suspeite, menos de um ano depois eu escrevo estas palavras enquanto vejo este filme digital em que o casal festejado pode já não se amar, em que o homem que segura a câmara descobriu a maneira certa de me amar e em que eu amo um dos trovadores que, na altura, nem sequer conhecia. o amor pode ser mutável, sim, mas está sempre presente.

sábado, agosto 01, 2009

Regresso a casa

Existem seres lindos, seres maravilhosos, pessoas maravilhosas. Não sei como, não sei porquê durante algum tempo duvidei disto. De modo que estou a escrevê-lo apenas porque reencontrei a capacidade de acreditar de novo na beleza interior das pessoas. Como é possível que eu tenha sequer duvidado?
Como é possível que eu tenha ido tão longe de mim, tão longe do meu coração? Voltar a acreditar no melhor de cada um tem sido magnífico. Estou tão feliz por mim!
Existem por exemplo, seres humanos com uma capacidade criativa inimaginável, superior a tudo e que me deslumbra sempre, que me surpreende e encanta.
Existem seres humanos que venceram obstáculos que eu diria intransponíveis, mas que eles provaram não o serem, uma e outra vez, sem descanso, agarrados a convicções internas, impossíveis de determinar se são ou não reais, excepto pelo facto de terem sido bem sucedidos na sua missão de vida tão, mas tão dificil.
Existem ainda seres humanos com uma sensibilidade em relação ao próximo, repletos de uma tal bondade, de uma tal capacidade de amar que se torna irresistível a aproximação, o chegar perto para poder sentir a luz que deles emana. Se eu duvidei da existência da Luz, do Amor, da Sinceridade foi porque me perdi de mim, mas consegui voltar. Consegui voltar. Estou tão, tão feliz por te/me ter encontrado!
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